Poluição 

A poluição é um problema ambiental causado pela liberação de substâncias tóxicas, materiais e energia no meio ambiente, que resultam em mudanças prejudiciais nas condições naturais do ar, da água e do solo. A poluição pode ter efeitos graves na saúde humana, na biodiversidade e nos ecossistemas, causando danos irreparáveis ao meio ambiente e colocando em risco a qualidade de vida das gerações futuras. A fonte da poluição pode ser natural ou causada pelo homem, e inclui atividades industriais, de transporte, agricultura, mineração, entre outras. O controle da poluição é uma preocupação global, e requer esforços coordenados de governos, organizações e indivíduos para reduzir as emissões de poluentes e preservar a saúde do planeta.

Poluição do ar

A queima de combustíveis fósseis em fábricas, usinas e veículos motorizados é responsável pela emissão de vários produtos tóxicos no ar, incluindo o dióxido de carbono, que é o principal gás causador do aquecimento global. Além disso, a combustão incompleta desses combustíveis também libera monóxido de carbono (CO), que pode ser encontrado na fumaça do cigarro, por exemplo. Esse gás pode se ligar à hemoglobina e dificultar o transporte de oxigênio pelos tecidos, afetando a saúde humana. A concentração e o tempo de exposição a esse gás afetam os efeitos sobre o organismo.

A queima de combustíveis fósseis também pode produzir outros gases, como o dióxido de nitrogênio (NO2) e o dióxido de enxofre (SO2), que irritam os olhos, prejudicam as vias respiratórias e os pulmões. Esses gases podem reagir com o vapor de água e gerar ácidos, como o nítrico (HNO3) e o sulfúrico (H2SO4), formando a chuva ácida. A chuva ácida tem um pH menor que 5,6 e pode afetar negativamente a composição da água e do solo, prejudicando plantações, florestas e a vida aquática, além de degradar prédios e monumentos.

Outros poluentes do ar são os hidrocarbonetos, que são compostos de carbono e hidrogênio emitidos por veículos e fábricas na queima de combustíveis. Alguns desses compostos, como o benzopireno, são mutagênicos e cancerígenos. O ar também pode conter poluentes de material particulado, que são partículas de material sólido ou líquido com menos de 10 µm de diâmetro, como poeira e fuligem, que ficam suspensas na atmosfera e podem irritar os olhos e causar ou agravar doenças respiratórias.

Inversão térmica

Normalmente, a temperatura do ar diminui com a altitude, já que as camadas inferiores de ar são aquecidas pelos raios solares refletidos no solo. Com o aquecimento, o ar próximo ao solo se torna menos denso do que o ar mais frio das camadas superiores, o que resulta em correntes de convecção que facilitam a dispersão de poluentes. Essas correntes de convecção são compostas por uma corrente de ar quente, que sobe, e uma corrente de ar frio, que desce e substitui o ar que subiu. A convecção é uma forma de transmissão de calor, estudada em Física, que ocorre principalmente em líquidos e gases. Quando aquecemos água em uma panela, por exemplo, a camada no fundo é aquecida primeiro, fica menos densa (a distância média entre as moléculas aumenta) e sobe, enquanto a água da parte de cima, mais fria, desce e substitui a água que subiu. Esse processo se repete, formando correntes de convecção.

No entanto, em determinadas condições atmosféricas, como após a passagem de uma frente fria, uma camada de ar quente pode ficar sobre uma camada de ar frio próxima ao solo. Em cidades situadas em vales cercados por montanhas, por exemplo, o ar próximo ao solo pode se tornar mais frio do que o das camadas superiores. Essa situação é conhecida como inversão térmica e ocorre com mais frequência no inverno. Como os raios solares são mais fracos nessa estação do ano, eles não aquecem suficientemente o ar próximo ao solo para que se formem as correntes de convecção, dificultando a dispersão do ar frio das camadas em baixa altitude (100 a 300 metros), nas quais os poluentes estão sendo produzidos. Com isso, a concentração de poluentes nessa região aumenta, agravando problemas respiratórios e outros danos à saúde, como é ilustrado na figura 20.2, que mostra uma parede de pedra corroída pela chuva ácida.


Soluções para a inversão térmica

A substituição dos clorofluorcarbonos (CFCs), utilizados, por exemplo, em aerossóis, geladeiras e aparelhos de ar condicionado, ajudou a diminuir a destruição da camada de ozônio na estratosfera, que protege os seres vivos do excesso de radiação ultravioleta.

De acordo com os níveis de poluentes, as autoridades podem decretar estado de atenção ou estado de alerta. No primeiro caso, apenas se recomenda às pessoas que evitem andar de carro na área atingida; no segundo, fica proibida a circulação de veículos na área entre as 6 e as 21 horas. Se a poluição aumentar ainda mais, a circulação de veículos é proibida nessas áreas: é o estado de emergência.

Poluição da água

A diminuição da destruição da camada de ozônio na estratosfera, que protege os seres vivos do excesso de radiação ultravioleta, foi auxiliada pela substituição dos clorofluorcarbonos (CFCs), utilizados em aerossóis, geladeiras e aparelhos de ar condicionado. As autoridades podem decretar estado de atenção ou estado de alerta de acordo com os níveis de poluentes. No primeiro caso, apenas recomenda-se que as pessoas evitem andar de carro na área afetada, enquanto no segundo, a circulação de veículos é proibida na área entre as 6h e as 21h. Se a poluição aumentar ainda mais, a circulação de veículos é proibida nessas áreas, caracterizando o estado de emergência.

A poluição da água é um dos problemas mais graves, sendo um exemplo o lançamento de substâncias não biodegradáveis, como metais pesados (chumbo, mercúrio, etc.) e poluentes persistentes (que degradam muito lentamente), como a maioria dos plásticos e alguns agrotóxicos. Essas substâncias tendem a se concentrar ao longo das cadeias alimentares e a intoxicar os seres dos últimos níveis tróficos. Além de contribuir para o aquecimento global, parte do excesso de gás carbônico dissolve-se na água e transforma-se em ácido carbônico, aumentando o nível de acidez da água e afetando vários animais marinhos e o plâncton. A acidez também é prejudicial aos corais que formam os recifes, causando sua morte.

Poluição da água por mercúrio

Durante todas as etapas de exploração, refino, transporte e distribuição do petróleo, podem ocorrer vazamentos e danos ao ecossistema aquático. Quando os tanques dos navios petroleiros são lavados no mar, a região fica poluída. Quando o petroleiro está vazio, é comum encher seus tanques com água para equilibrá-lo; depois, a água suja de petróleo é jogada no mar, poluindo-o.

O petróleo liberado na água adere às brânquias dos peixes, impedindo sua respiração; também se prende às penas das aves e aos pelos dos mamíferos, eliminando o colchão de ar retido entre essas estruturas. Isso resulta na perda da capacidade de isolamento térmico. Assim, o animal não consegue se proteger do frio e morre por uma queda da temperatura do corpo abaixo do normal (hipotermia).

Além disso, uma parte do petróleo espalha-se pela superfície da água e forma uma fina película que diminui a passagem da luz e impede a troca de gases necessária à fotossíntese e à respiração dos seres aquáticos. Com isso, o plâncton é destruído e muitos animais morrem.

Eutrofização da água

Quando ocorre o lançamento de esgotos domésticos, detergentes, fertilizantes e adubos nas águas de rios e mares, o excesso de minerais, como nitratos e fosfatos, causa a proliferação excessiva de algas. Essas algas formam uma camada densa sobre a superfície da água, reduzindo a luminosidade que chega até as algas abaixo da superfície, diminuindo a fotossíntese e provocando a morte dessas algas. Como resultado, há um acúmulo de substâncias orgânicas na água, o que favorece a multiplicação das bactérias decompositoras, aumentando o consumo de oxigênio para a decomposição. O oxigênio produzido pelas algas da superfície passa quase todo para o ar, em vez de se dissolver na água. Com a falta de oxigênio, os peixes e outros organismos aeróbios morrem. Esse processo, que se chama eutrofização ou eutroficação, ocorre quando um ecossistema aquático adquire alta taxa de nutrientes, principalmente fosfato e nitrato, e pode ser causado pela atividade humana (eutrofização cultural) ou por um processo natural (eutrofização natural), que ocorre lentamente, em geral ao longo de milhares de anos.

Em alguns casos, o excesso de nutrientes ou a variação de luminosidade leva à proliferação apenas de certas espécies de algas capazes de liberar substâncias que se concentram ao longo da cadeia, intoxicando peixes e mamíferos aquáticos. Nos locais onde esse fenômeno ocorre, o mar geralmente adquire coloração avermelhada (maré vermelha), provocada pelos pigmentos das algas. Dependendo do tipo de alga, o mar pode adquirir um tom amarelado ou pardo.

Possíveis soluções para evitar a poluição da água

Embora a limpeza dos rios poluídos seja possível com a evolução dos processos técnicos, o processo pode ser demorado e caro, então o melhor é não poluir. Existem várias medidas que podem ser adotadas para evitar a poluição:

Destruição dos solos

A remoção gradual da vegetação nativa para fins de agricultura, exploração madeireira e mineração, bem como para urbanização, reduz a proteção natural do solo contra a erosão.

Erosão dos solo acelerada

A erosão é um fenômeno natural e lento que acontece quando as chuvas desagregam as partículas que formam a camada superficial e mais fértil do solo, facilitando seu transporte pela água das chuvas e pelos ventos de regiões mais altas para rios, lagos, oceanos e vales. Esse processo é equilibrado pela desagregação natural das rochas. No entanto, quando o ser humano interfere com o desmatamento e a queimada de florestas, essa compensação deixa de existir e o processo é acelerado. Além disso, a erosão também provoca o assoreamento dos rios, facilitando seu transbordamento e inundações.

A cobertura vegetal é essencial para proteger o solo de diversas maneiras. A copa das árvores impede que a chuva caia fortemente no solo e retire sua camada superficial. As raízes das plantas ajudam a reter as partículas do solo e evitam a lixiviação, que é a perda dos sais minerais pelas águas das chuvas para as camadas mais profundas do solo, onde as raízes não podem alcançá-los. Além disso, as árvores também impedem a erosão do solo pela ação direta dos ventos. No entanto, a destruição progressiva da vegetação nativa para a agricultura, para a obtenção de madeira e minérios, e para a urbanização diminui a proteção natural do solo contra a erosão.

A erosão é um fenômeno natural e gradual que ocorre quando a camada superficial do solo é desagregada pelo impacto das chuvas, facilitando seu transporte por água e vento para rios, lagos, oceanos e vales. Esse processo é equilibrado pela desagregação natural das rochas, mas a interferência humana, como desmatamento e queimadas, acelera a erosão. Além disso, a substituição da mata original por lavouras, mesmo as perenes, como café, deixa o solo exposto a maior parte do ano, prejudicando a retenção do solo e a absorção dos sais minerais.

Nas plantações, a reciclagem de nutrientes é prejudicada pela retirada dos nutrientes do ambiente durante a colheita. O desmatamento por queimadas aumenta o aquecimento global e destrói os microrganismos decompositores responsáveis pela reciclagem dos nutrientes, esgotando o solo em poucos anos. A criação intensiva de gado também pode destruir o solo, pois o pisoteio excessivo e a pastagem inadequada destroem a vegetação, provocando o esgotamento do solo e a erosão.

O mau uso da terra acelera a erosão e pode levar à desertificação, que torna estéreis as terras agrícolas e férteis de regiões secas, como as do Nordeste brasileiro. Um quarto das terras do planeta está ameaçado por esse processo. A retirada da vegetação das margens dos rios e lagos, chamada mata ciliar ou de galeria, pode provocar assoreamento, diminuindo a capacidade de escoamento da água. Além disso, o desmatamento pode aumentar o risco de deslizamentos de terra em encostas de morros, causando graves consequências para os moradores da região.

Defensivos agrícolas

Em geral, as culturas agrícolas são muito sensíveis ao ataque de pragas, o que é particularmente perigoso nas monoculturas, nas quais os insetos e outros organismos parasitas (como fungos) se propagam com muita facilidade por causa da proximidade entre as plantas e da ausência de predadores naturais. Por isso, o ser humano desenvolveu diversos tipos de defensivos agrícolas, também chamados de praguicidas, pesticidas, agrotóxicos ou biocidas (inseticidas, fungicidas, herbicidas, etc.), que protegem as sementes, as plantações e os alimentos estocados contra o ataque de pragas. A degradação de alguns pesticidas, como os organoclorados, dos quais o diclorodifeniltricloroetano (DDT) é um exemplo, é lenta e eles tendem a se acumular ao longo das cadeias alimentares. Outro problema é o envenenamento do agricultor por absorção direta, através da pele, dos olhos e das vias respiratórias, caso não se proteja com máscara, luvas e macacão. Na maioria dos países, incluído o Brasil, o uso do DDT e de outros organoclorados é proibido e utilizam-se outros grupos, como os organofosforados e os carbamatos, cuja degradação é mais rápida (entre uma e doze semanas). Mas esses produtos também podem ser tóxicos para quem os aplica se forem usados sem a devida proteção.

Os agrotóxicos destroem sem distinção vários tipos de insetos, até mesmo aqueles que se alimentam de pragas nocivas, como o louva-a-deus, as vespas e a joaninha. Eles matam também outros insetos úteis, como as abelhas e as borboletas, responsáveis pela polinização. O uso prolongado de inseticidas favorece as linhagens que resistem naturalmente a seus efeitos. Com isso, as populações de insetos passam a ser formadas por grande número de indivíduos resistentes.

Soluções para a destruição dos solos

O solo deve ser cultivado de forma que reduza a erosão e a perda de minerais, utilizando técnicas como a rotação de culturas, que consiste em alternar culturas de cereais e leguminosas, que repõem o nitrogênio retirado pelos cereais. Em alguns casos, é necessário arar a terra para torná-la mais porosa, permitindo a entrada de ar e água. No entanto, o uso de tratores em solos de países tropicais pode acelerar a erosão, pois a camada fértil é rasa. Nesses casos, a técnica de plantio direto pode ser utilizada, na qual não há aração e as sementes são colocadas em pequenos sulcos, e parte da superfície do solo deve ficar coberta com palha seca para reduzir o impacto da chuva.

As plantações podem ser feitas em degraus ou terraços em encostas íngremes para reduzir a velocidade de escoamento da água e ajudar a retê-la. Em encostas menos inclinadas, as espécies devem ser plantadas em fileiras em um mesmo nível do terreno, deixando espaço entre elas. Cada linha de plantas é chamada de curva de nível. A cultura em faixas é outra técnica utilizada para minimizar a erosão, alternando fileiras de plantas que cobrem completamente o solo com outras que deixam o solo mais exposto.

Para evitar a erosão e o assoreamento, uma região com vegetação natural deve ser preservada ao lado das áreas destinadas à cultura, ocupando áreas críticas, como encostas íngremes e margens de rios e lagos. Além disso, é importante que os agrotóxicos sejam vendidos apenas com receita de um agrônomo e utilizados sob sua supervisão, respeitando a dosagem adequada e a época de colheita e comercialização do alimento. Eles devem ser usados de forma cuidadosa e seletiva em conjunto com outras técnicas, como plantio direto e rotação de culturas, barreiras físicas e armadilhas contra insetos, e o controle biológico, que consiste em atacar a praga com seus predadores ou parasitas naturais. Por exemplo, joaninhas podem ser usadas para combater os pulgões que atacam o milho e o trigo, e certos besouros predadores podem ser usados para destruir lagartas que atacam as folhas. O combate biológico com parasitas é muito eficiente, pois muitos deles são altamente específicos. A produção e liberação de machos estéreis de insetos que atacam plantações também é uma forma eficaz de combate, como no caso da Ceratitis capitata. Além disso, feromônios podem ser usados para atrair insetos que atacam as plantações para armadilhas, reduzindo a necessidade de pesticidas.

Lixo

Os resíduos sólidos de áreas urbanas, conhecidos popularmente como lixo, representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente. Quando não são devidamente tratados e descartados, esses resíduos podem contaminar o solo e os ambientes aquáticos, gerando doenças e obstruindo bueiros e cursos de água, causando enchentes e outros problemas.

Lixão

Os resíduos sólidos em áreas urbanas, conhecidos popularmente como lixo, são uma das maiores agressões ao meio ambiente. Se não forem tratados e descartados corretamente, o lixo pode poluir o solo e os ambientes aquáticos, além de obstruir bueiros e cursos de água, causando enchentes e outros problemas. Existem alternativas para minimizar essa situação.

Os lixões são terrenos onde o lixo é amontoado ao ar livre sem nenhum cuidado. Pessoas que recolhem materiais como plásticos, papéis e garrafas nos lixões para vender e conseguir algum dinheiro arriscam-se a contrair diversas doenças. A matéria orgânica em decomposição atrai insetos, ratos e outros animais que podem transmitir doenças. Além disso, a decomposição da matéria orgânica do lixo produz um líquido malcheiroso chamado chorume. No chorume, podem ser encontrados produtos tóxicos, como chumbo e mercúrio, originários de tintas, solventes, pilhas, lâmpadas fluorescentes, entre outros.

A figura abaixo ilustra como é formado um aterro sanitário, uma alternativa mais adequada para o descarte do lixo. Quando o chorume é carregado pelas chuvas, pode contaminar os rios e a água subterrânea que abastece os poços domésticos. Portanto, o lixão é uma péssima solução para o lixo.

Aterro sanitário

No aterro sanitário, o lixo é depositado em trincheiras que são abertas no solo e forradas com uma manta impermeável para protegê-lo. O aterro também possui sistemas de escoamento do chorume e da água das chuvas, além de uma tubulação para a saída de gases - principalmente do gás metano, que é produzido na decomposição da matéria orgânica e pode ser queimado, servindo de fonte de energia.

Um trator espalha e amassa o lixo, compactando-o. Depois, essa camada de lixo é coberta com terra - que também é compactada - ou com manta impermeável. Uma nova camada de lixo pode então ser depositada sobre a primeira.

Se for bem construído, o aterro sanitário não polui o ambiente e sua camada impermeabilizante protege a água dos rios e o lençol freático. O problema é que o aterro sanitário necessita de áreas muito grandes, é mais caro que o lixão e tem capacidade de utilização limitada: a vida útil do aterro gira em torno de vinte anos. Além disso, com o crescimento das cidades, o lixo é transportado para áreas cada vez mais distantes e de difícil acesso, o que encarece esse procedimento.

Incineração

A incineração é uma técnica que consiste na queima controlada do lixo em equipamentos especiais. Essa técnica apresenta a vantagem de reduzir consideravelmente o volume de resíduos, diminuindo a necessidade de áreas para aterro. Além disso, a incineração destrói os organismos causadores de doenças contidos principalmente no lixo hospitalar e no lixo industrial. No entanto, certos componentes do lixo podem produzir gases tóxicos ao serem queimados, exigindo a instalação de equipamentos para evitar a poluição do ar, o que encarece o processo. Após a queima do lixo, restam resíduos que podem ser destinados aos aterros sanitários ou até mesmo à reciclagem 

Compostagem

A transformação dos restos orgânicos em adubo é feita através da compostagem, que consiste na decomposição aeróbica parcial da matéria orgânica em condições controladas, resultando em composto utilizado como adubo. Para que isso seja possível, é preciso retirar do lixo o material não orgânico e triturar o lixo orgânico, que é então levado para equipamentos que aceleram o processo de decomposição. No entanto, é necessário verificar se o lixo não está contaminado com produtos tóxicos.

A decomposição do lixo orgânico pode produzir gases que serão aproveitados como combustíveis. Para isso, a matéria orgânica é depositada em biodigestores, onde será produzido o biogás, além de fertilizantes.

Embora a compostagem diminua o volume de lixo que vai para os aterros sanitários, é necessário que haja demanda para o composto, de modo a reduzir os custos do processo.

Reciclagem

Reciclagem é o processo de reaproveitamento, pela indústria, de materiais total ou parcialmente recuperáveis, como plásticos, papéis, metais e vidros, separando esses materiais do lixo orgânico, que pode ser encaminhado para usinas de compostagem.

Os materiais mais coletados e reciclados são o papel e o papelão. O Brasil é líder em reciclagem desse material, com 80% do papel reciclado. O processo de reciclagem do papel gasta menos energia do que a produção de papel com a celulose de árvores, o que evita a derrubada de árvores e economiza energia. Cada tonelada de papel reciclado preserva cerca de vinte árvores.

No caso da reciclagem do vidro e do alumínio, diminuímos o consumo de minérios e economizamos energia. O Brasil lidera a reciclagem de alumínio, com 98% das latas de bebida feitas de alumínio sendo recicladas. A produção de vidro reciclado economiza 75% de energia em relação à produção de vidro não reciclado, enquanto a produção de metal reciclado economiza 85%.

A reciclagem colabora para evitar a poluição do solo e da água, diminui o volume do lixo que vai para os aterros sanitários e gera trabalho nas usinas de reciclagem, na coleta de materiais, entre outras atividades.

Nas cidades que adotam o sistema de coleta seletiva de lixo, as pessoas devem separar os diversos tipos de material (metais, plásticos, vidros, sobras de alimentos) e colocar cada um em coletores específicos. O material a ser reciclado é recolhido e encaminhado para usinas de reciclagem.

Soluções para reduzir a produção de lixo

Para aprimorar a qualidade de vida e o meio ambiente, é fundamental que a população, governos e instituições públicas e privadas adotem medidas e atitudes que reduzam o volume de lixo e favoreçam o tratamento adequado. Assim sendo, a sociedade tem a possibilidade de pressionar o governo para criar e supervisionar medidas de proteção ambiental e de saúde pública. No entanto, existem algumas atitudes que cada indivíduo pode tomar em seu dia a dia, como evitar sacolas plásticas de lojas ou supermercados e optar por sua própria sacola, bolsa ou mochila, sempre que possível. 

Nas cidades que têm coleta seletiva de lixo, as pessoas devem separar os diversos tipos de material (metais, plásticos, vidros e sobras de alimentos) e colocá-los em coletores específicos, para que possam ser reciclados em usinas de reciclagem. É importante evitar produtos descartáveis e preferir toalhas de pano em vez de toalhas de papel, além de utilizar recipientes de vidro com tampa para guardar alimentos. O lixo não deve ser jogado na rua, especialmente na praia, pois pode ser arrastado para os bueiros, causando enchentes. Roupas, brinquedos antigos, utensílios de casa ou sapatos podem ser doados ou restaurados, em vez de jogados no lixo. É possível separar vidros, jornais, revistas e embalagens de papel para vender ou doar para "catadores de rua" ou encaminhar para a coleta seletiva, se estiver disponível na cidade.

A economia de energia é importante para reduzir a poluição do petróleo que é queimado como combustível, além de diminuir a necessidade de usinas e prolongar a vida útil das lâmpadas. As lâmpadas fluorescentes são uma boa opção, pois consomem menos energia e duram mais. Participar de associações de bairro e movimentos ecológicos é uma forma de pressionar o governo em todas as questões relacionadas à proteção do meio ambiente. Algumas empresas coletam óleo vegetal usado na cozinha e o utilizam para produzir sabão, então é possível armazenar o óleo em garrafas de plástico de dois litros e, quando estiver com pelo menos uma garrafa cheia, a empresa providencia a coleta. 

Poluição radioativa

Os testes nucleares e acidentes em usinas são fontes adicionais de radiação que são lançadas no ambiente, juntamente com o problema do armazenamento de resíduos radioativos, também conhecido como lixo atômico.

A exposição à radiação pode ter efeitos negativos em um organismo, como a ruptura de células, a quebra de cromossomos ou a alteração do material químico que forma os genes, resultando em mutações. A taxa de mutação é diretamente proporcional à dose de radiação recebida. Alguns tipos de mutações podem causar câncer ou, se ocorrerem nas células reprodutivas, provocar mudanças que serão transmitidas às gerações seguintes. Doses altas podem ser letais em questão de dias.

Embora a maior parte dos produtos radioativos de uma usina seja reciclável, alguns são muito perigosos e precisam ser armazenados em recipientes resistentes e duráveis, como contêineres de cimento ou aço, que são enterrados a grandes profundidades ou estocados em instalações especialmente construídas.

Os defensores da energia nuclear acreditam que vale a pena correr o risco de eventuais acidentes, especialmente em países onde outras fontes de energia não são suficientes. Eles também argumentam que a usina nuclear tem a vantagem de não poluir o ar, como as usinas que queimam carvão e petróleo.

Por outro lado, algumas pessoas acreditam que os benefícios da energia nuclear não compensam os riscos que ela representa. Para elas, as usinas nucleares deveriam existir em número limitado e funcionar apenas para fins de pesquisa, não para gerar energia.

Poluição sonora

Os efeitos da poluição sonora dependem de vários fatores, como a intensidade do som, o tempo de exposição e a sensibilidade da pessoa. Eles podem variar de zumbidos e perda passageira da audição até a sua redução irreversível. No entanto, a poluição sonora não afeta apenas a audição. Ela também é estressante, pois estimula a produção de adrenalina e colesterol, favorecendo problemas cardíacos, como hipertensão e infarto, e distúrbios emocionais. Quanto mais uma pessoa estiver incomodada com um ruído, maiores serão seus efeitos negativos.

Em geral, somos capazes de captar ondas sonoras entre as frequências de 20 hertz a 20 000 hertz. Isso significa que apenas ondas nesse intervalo de frequência são percebidas como sons. A intensidade do som pode ser medida por meio da unidade decibel (dB). Em tom normal, a voz humana produz um som da ordem de 60 dB. Uma britadeira a um metro de distância produz cerca de 90 dB. Acima de 120 dB, sentimos uma sensação dolorosa e há risco de lesões permanentes na audição. Mas mesmo intensidades menores podem causar problemas, dependendo do tempo que se fica exposto ao som. Pode haver, por exemplo, uma perda progressiva da audição.

Quanto maior a intensidade sonora, menor o tempo necessário para que a exposição cause alguma perda de audição. Por isso, o limite de tolerância a ruídos estabelecido pelo Ministério do Trabalho para ambientes industriais é de 85 dB durante oito horas diárias. Para intensidades maiores, o tempo de exposição tem de ser progressivamente reduzido. Há leis que limitam o número de horas que determinados profissionais podem trabalhar por dia em função da intensidade sonora a que ficam expostos.

Soluções para evitar a poluição sonora

Uma das medidas é desviar o trânsito pesado, como o de caminhões, para longe dos centros residenciais e das áreas de lazer. Além disso, a construção de aeroportos longe de locais populosos também pode ajudar a reduzir a poluição sonora. Outra solução é conservar e ampliar as áreas verdes, já que elas funcionam como isolantes do som.

Também é importante promover campanhas educativas para que os motoristas só buzinem quando necessário, evitem freadas violentas e não usem escapamentos abertos. Além disso, é preciso obrigar o uso de protetores auriculares para aqueles que trabalham em lugares muito barulhentos. Periodicamente, esses trabalhadores devem consultar um médico para verificar se a saúde não está sendo afetada.

Para minimizar a poluição sonora, é importante evitar locais muito barulhentos e não ouvir música com o som muito alto. Se, por exemplo, você está usando fones de ouvido e outra pessoa também consegue ouvir o que está tocando, é sinal de que o som está muito forte e pode causar algum dano à sua audição. Verifique se há um aviso nas instruções de uso do seu fone quanto ao limite de volume.

Destruição da biodiversidade

A biodiversidade, a variedade de seres vivos, é uma das principais preocupações ecológicas atuais. Cerca de dois milhões de espécies já foram identificadas, mas esse número pode ultrapassar os 30 milhões. A extinção de espécies é um processo natural e lento, exceto em períodos de extinção em massa. No entanto, a taxa atual de extinção é cerca de duzentas vezes maior que o normal, sendo a atividade humana a principal causa de extinção. A destruição de habitat, a exploração comercial excessiva, a poluição e a introdução de espécies invasoras são algumas das principais causas da extinção. As espécies invasoras são aquelas introduzidas para fins econômicos ou transportadas acidentalmente que, por não terem inimigos naturais, proliferam e competem com as espécies nativas por recursos naturais ou atuam como predadores ou parasitas dessas espécies. A introdução de espécies invasoras é considerada a segunda maior causa - atrás apenas da destruição de habitat - de extinção das espécies.

A extinção de uma espécie leva à perda de substâncias potencialmente úteis à humanidade. Além disso, muitas dessas espécies são essenciais ao equilíbrio dos ecossistemas que sustentam a vida na Terra. Na agricultura e na pecuária, a uniformidade é perigosa, pois aumenta a sensibilidade ao ataque de pragas e a mudanças climáticas. Espécies selvagens são um “banco genético” importante para melhorar a qualidade das cultivadas, ou domésticas, e até mesmo salvá-las da extinção.

Com cruzamentos seletivos, é possível produzir plantas mais nutritivas e com características melhores. Isso depende, no entanto, da existência de espécies selvagens com características diferentes das espécies domésticas. Várias espécies de mandioca do cerrado, por exemplo, correm risco de extinção. Além disso, deve-se considerar o grande potencial de substâncias químicas orgânicas com propriedades medicamentosas ou nutritivas existentes nas espécies selvagens e que ainda não foram estudadas pelos cientistas. Cerca de 25% dos medicamentos são obtidos de plantas, fungos, bactérias e animais, ou sintetizados a partir de substâncias desses organismos.

É importante ressaltar que a preservação da biodiversidade é fundamental para a sobrevivência de todas as espécies, incluindo a humana. Portanto, é necessário proteger e conservar o meio ambiente e as espécies que nele habitam.